domingo, 20 de abril de 2008

Faz tempo

Acordei. E tinha de transformar sonho em arte de alguma espécie. Quando vou perder este hábito? Eh eh eh...


Faz Tempo

eu era o garoto que se perdeu da excursão

que tinha nas mãos uma playboy
com a musa do verão


chovia e estava frio
quem dera me encontrar
eu não contava com a falta

e que podiam me buscar


tinha fome e medo

mas alguma coragem

girar por aquelas ruas
era o único a fazer

sem conhecer o lugar

parei na lanchonete para perguntar
com aparente dó de mim

um mendigo pagou um lanche

e quis arranjar um canto pra eu dormir...
com ele

eu tinha sonho e sorte
ele pensou e pensou

deixou-me ir

antes de ser

voltei pra rua e chuva
querendo me encontrar
não tinha mais revista

mas eu tinha eu
e a alegria quando vi aquelas grades do lugar
onde estavam todos
os amigos saudosos
mas nada...
tudo que encontrava era nada


beijei uma menina que estava lá
e ela sorria
mas isso foi antes
de perder-me

tinha uma mochila pra reencontrar

com lanches deliciosos que mamãe fez

eu tava tão faminto

mas era certo
os amigos maldosos pegaram todos

e ninguém se importou em me buscar

eu vi, eu vi... jogavam handebol
e todos sorriam e suavam

mas isso foi antes
de eu partir

eu tinha uma magia
e um caminho estranho a trilhar
dentro do sonho

e fora, sim...


agora eu também tenho que
acordar


não tenho mais 10 anos. e isto faz tempo.

É, agora sigo sonhando acordado. Sonho imprescindível. Mas não, não estou perdido. Embora os caminhos sejam estranhos, sei de uma coisa: tenho objetivos.

E vocês... vocês têm a poesia! Beijos e abraços!

NA MINHA VITROLA: MADREDEUS - O Sonho.

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